quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Presos responsáveis por onda de crimes no Rio de Janeiro podem ser transferidos para o Presídio Federal de Mossoró

Há possibilidade de que presos suspeitos de participação em uma onda de crimes que vem assolando o Rio de Janeiro desde o domingo passado, 21, e que já vitimou 25 pessoas, possam ser transferidos a qualquer momento para o Presídio Federal de Mossoró (PFMOS). A hipótese foi confirmada ontem pelo diretor da unidade do Departamento Penitenciário Federal (DEPEM) em Mossoró, o delegado da Polícia Federal Kércio Silva Pinto.
Segundo o diretor do presídio, há a possibilidade de transferência, desde que haja o pedido da Justiça da comarca do Rio de Janeiro e que seja autorizado pelo juiz federal corregedor da 2ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, Mário Jambo.
Na manhã de ontem, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou que já colocou à disposição do Rio de Janeiro cerca de 50 vagas nos quatro presídios federais de Mossoró, no Rio Grande do Norte; Catanduva, no Paraná; Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; e Porto Velho, em Rondônia, para a transferência dos presos.
Na terça-feira passada, 23, o Tribunal de Justiça do Rio já havia autorizado a transferência de oito presos do Rio de Janeiro para a penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná.
Segundo o Tribunal de Justiça, foram transferidos Willian Rodrigues Vieira ("Robocop"), Márcio Aurélio Martinez Martelo ("Bolado"), Antônio Jorge Gonçalves dos Santos ("Tony Senhor das Armas"), Wanderson da Silva Brito ("Paquito"), Roberto Célio Lopes ("Robertinho do Vigário"), Marcelo Tavares da Silva ("Marcelo Abóbora"), Cláudio Henrique Mendes dos Santos ("Chuca ou Dr. Santos") e Mauri Alves Ribeiro Filho (Cocó).
A Secretaria de Defesa do Estado do Rio de Janeiro também confirmou que outro grupo de presos suspeito de participação na onda de crimes nos últimos dias pode ser transferido para Porto Velho, em Rondônia, onde há disponibilidade de vagas.
Após a confirmação por parte de Rondônia, o caso será passado para a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, que deverá cuidar da transferência dos presos.
A onda de violência no Rio de Janeiro teve início depois que dinheiro e soldados do tráfico uniram as duas principais facções criminosas que atuam no Rio. De um lado, o Comando Vermelho (CV), que vem tendo prejuízos com a perda de pontos de venda de drogas, e de outro, o grupo rival Amigos dos Amigos (ADA), que teme a ocupação da polícia na favela mais rentável da quadrilha, a Rocinha, na zona sul.
De acordo com os relatórios do serviço de inteligência da Polícia do Rio de Janeiro, as negociações entre as facções teriam se intensificado após a inclusão, em outubro, do traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o "Marcinho VP", no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), na penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná.
"VP" é um dos chefes do Comando Vermelho. Paralelo a isso, as declarações do governador Sérgio Cabral de que a Rocinha seria uma das próximas comunidades a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) - após o ataque ao Hotel Intercontinental, em São Conrado, em agosto - acionou o alerta na ADA.

Fonte: Gazeta do Oeste

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