quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Uso do anticoncepcional pode aumentar riscos de doenças do coração

Foto reprodução



Estudo realizado por alunas do curso de Ciências Biomédicas da Veris Faculdades, em Campinas, SP, revela que o uso contínuo de contraceptivos orais pode elevar os riscos de doenças do coração, como o infarto do miocárdio. Concluída no final do ano passado, a pesquisa foi feita com 40 mulheres, entre 18 e 49 anos, divididas em dois grupos: um com usuárias da pílula há mais de dois anos e outro com pessoas que já não faziam o uso do anticoncepcional há mais de cinco anos.
De acordo com a orientadora do trabalho, professora Dra. Águeda Cleofe Marques Zaratin, mesmo sendo composto por mulheres mais jovens, o grupo das usuárias da pílula apresentou níveis de LDL, o famoso colesterol ruim, mais elevados comparado com o outro grupo. “Nosso estudo tinha o objetivo de medir os níveis lipídicos (de gordura) e as possíveis alterações que a composição do medicamento poderia provocar no organismo das usuárias e chegamos a este resultado. O que mais surpreende é que o grupo das mulheres que tomavam anticoncepcionais era mais jovem, com idade média de 25 anos, e foi o que mais apresentou níveis de colesterol alto. Ou seja, para riscos de infarto, o anticoncepcional pode ser um vilão maior do que a própria idade”, afirmou a professora doutora em Biologia Funcional e Molecular.
O colesterol total também foi mais alto nas usuárias da pílula. “O colesterol total pode ser dividido em três frações: VLDL, LDL (ruim colesterol) e HDL (bom colesterol). Analisamos em frações, porque só o colesterol total aumentado não é suficiente para indicar as doenças do coração. Mesmo assim o colesterol total foi alto no grupo das mulheres que tomavam o anticoncepcional”, esclareceu a professora.
Ela explicou ainda que os novos contraceptivos orais, chamados também de última geração, já são fabricados com uma composição voltada mais para benefícios que riscos, porém o uso ainda é baixo no Brasil pelo seu alto custo. “Os (anticoncepcionais) de última geração causam menos efeitos no organismo, mas infelizmente as brasileiras ainda fazem o uso dos de segunda e terceira geração, que possuem efeitos mais prejudiciais e, por isso, podem potencializar os riscos”, disse.
Águeda reforça que o risco é ainda mais agravante em mulheres obesas, sedentárias, com antecedentes de doenças coronarianas na família, fumantes e que sofrem de pressão alta. “A saúde só irá se agravar para quem se enquadra no perfil e ainda usa pílulas anticoncepcionais”, alertou a docente.
Vale ressaltar que a pesquisa tratou-se de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Ciências Biomédicas das alunas Ariadne Bianca de Almeida Freire, Tamiris Bianchini Carnevalli e Thais Silva Silveira, e levou em consideração a alimentação, o peso, a altura e a pressão arterial dos dois grupos de mulheres voluntárias, por meio de questionário e exames antropométricos, mas não foram detectadas alterações relevantes.

Fonte: Blog da Karlinha/ lucineide Medeiros / Djaini de Soza / Taboleiro Grande News

Nenhum comentário:

Postar um comentário