sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Risco de faltar energia no Brasil em 2014 é 'mínimo', diz Lobão

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta sexta-feira (14) que o risco de faltar energia no país é “mínimo.” De acordo com ele, porém, a avaliação do governo é que a intensidade das chuvas vai aumentar nas próximas semanas, levando à melhora na situação dos reservatórios das hidrelétricas e afastando esse risco.
“É claro que há uma taxa mínima de risco se as condições [de entrada de água nos reservatórios nos próximos meses] forem absolutamente adversas, se não houver chuva, isso e aquilo. Mas nós não contamos com esse quadro”, disse Lobão após participar de cerimônia na sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em Brasília.

Na quinta (13), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), do qual Lobão é presidente, já havia divulgado nota em que admitia, pela primeira vez, a probabilidade de desabastecimento de energia no país neste ano, por conta da falta de chuvas, apesar de considerá-la “baixíssima”.
O teor da nota e a declaração do ministro nesta sexta representam uma mudança no discurso do governo em relação à garantia no fornecimento de energia.
No dia 3 de fevereiro, questionado sobre o impacto do baixo nível de armazenamento de água em importantes reservatórios do país, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, havia afirmado que o risco de desabastecimento era “zero”.
Lobão afirmou que o Brasil tem hoje “sobra de energia”, que garante o fornecimento neste momento de dificuldades no sistema. Disse ainda que não prestigia “risco mínimo em favor da probabilidade máxima de que não vai acontecer nada” e lembrou que, em anos anteriores, como em 2013, também houve temor de que poderia haver racionamento, que não aconteceu.
De acordo com ele, o governo espera que nas próximas semanas a chuva volte com mais força, principalmente no regiões Sudeste e Centro-Oeste, contribuindo para elevar o nível dos reservatórios de hidrelétricas – as usinas instaladas nas duas regiões respondem por cerca de 70% da capacidade de geração de energia no Brasil.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as represas do SE e CO registravam na quinta 35,89% de armazenamento de água. Esse nível é o mais baixo para esta época do ano desde 2001, quando foi decretado racionamento de energia. Hoje, porém, o país possui um maior número de termelétricas que, acionadas, ajudam a poupar água dos reservatórios.
Apagão
Lobão também falou sobre o apagão do dia 4 de fevereiro que atingiu 13 estados e o Distrito Federal. O ministro criticou o uso do termo apagão que, segundo ele, serve para “estigmatizar.” “Eu chamo de interrupção temporária de energia”, disse.

De acordo com ele, essas falhas no fornecimento “ocorrem aqui e no mundo inteiro, não são deficiência nem privilégio do sistema brasileiro.” Entretanto, disse, o governo trabalha para que elas sejam “escassas.”
O ministro declarou ainda que o sistema elétrico do país é “firme, forte, sólido e robusto”, mas está sujeito a “dificuldades” e, diante de algumas circunstâncias, “pode sofrer abalos.” E fez uma comparação com um avião, que não foi feito para cair mas, às vezes, cai.
O ministro afirmou ainda que há planejamento para garantir o atendimento da demanda por energia no país para os próximos anos e que os investimentos estão sendo feitos “em grandes proporções.” Ele apontou que essa garantia pode ser maior, mas haverá custo para os consumidores.
Fonte: G1 

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