quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Na Missa do Galo, Papa Francisco pede ternura e doçura contra os males

O papa argentino Francisco celebrou antes da meia-noite desta quarta-feira (24), na Basílica de São Pedro, a segunda Missa do Galo de seu pontificado, durante a
qual pediu aos católicos que respondam com "ternura" e "doçura" às situações mais duras do mundo.

"Temos a coragem de acolher com ternura as situações difíceis e os problemas de quem está ao nosso lado, ou preferimos soluções impessoais, talvez eficazes, mas sem o calor do Evangelho?", questionou o papa durante a homilia.

"Quanta necessidade de ternura o mundo tem hoje!", conclamou ele, diante dos cerca de cinco mil peregrinos que assistiam à cerimônia.

O papa também explicou o significado do nascimento de Jesus para os cristãos: "uma luz que irrompe e dissipa a mais densa escuridão".

Transmitida pela TV para vários países do mundo, a tradicional missa começou às 21h30 (18h30 em Brasília) e durou menos de duas horas.

Em seu pronunciamento, o primeiro papa latino-americano convidou os católicos a serem humildes, ternos, abertos, a não cederem à cólera em suas vidas e a mostrarem empatia pelos que estão em dificuldades.

"A vida tem de ser vivida com bondade, com brandura", insistiu o papa argentino.

"Senhor, conceda-me a graça da ternura nas circunstâncias mais duras da vida; dê-me a graça da proximidade frente a toda necessidade; da doçura, não importa qual seja o conflito", acrescentou.

A missa começou com a "Kalenda", o tradicional canto gregoriano que recapitula a espera da chegada de um messias no Antigo Testamento. Depois disso, a basílica foi iluminada para simbolizar o anúncio do nascimento de Jesus Cristo.

Com cerca de 80 integrantes, o coro da Capela Sistina acompanhou a procissão ao canto de "Glória", e os sinos de São Pedro ressoaram para anunciar a natividade.

O papa pediu ainda aos fiéis que abandonem "atitudes de impasse", assim como "a arrogância" e a "soberba", limitações que admitiu encontrar, inclusive, entre seus colaboradores no governo da Igreja.

A prece foi recitada em vários idiomas, incluindo chinês e árabe.

Ao fim da Eucaristia, o sumo pontífice depositou a imagem do menino Jesus em uma manjedoura instalada na basílica vaticana.

Do balcão da basílica de São Pedro, Francisco concederá nesta quinta (25), a bênção natalina, divulgando sua mensagem "Urbi et Orbi". Nela, os papas costumam pedir paz.

Na última segunda-feira, adotando um tom duro sem precedentes, ele já havia denunciado o "Alzheimer espiritual", a "esquizofrenia existencial", o "endurecimento mental e espiritual" e a "indiferença", que invadem o corpo da Igreja Católica –sobretudo, a Cúria Romana, seu governo central.

O papa argentino está preparando uma encíclica sobre o meio ambiente, a celebração de um segundo sínodo (encontro de debates entre os bispos) sobre os desafios da família moderna e também lidera a reforma da Cúria, que gera muitas preocupações internas.

Fonte: Folha de São Paulo via Cidade News

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